Para Platão o que vale é o sentimento espiritualizado, o "amor de alma", que fica sempre o mesmo, ainda que os amantes sofram todos os tipos de alterações do mundo físico.
Vinícius de Moraes, naquele bem conhecido soneto que termina com "que não seja imortal, posto que é chama/mas que seja infinito enquanto dure", canta a intensidade do momento. Uma paixão violenta de alguns dias valeria mais que um amor morno de anos...
Mas o poeta sabe também ser bem clássico, a até platônico. Veja:
Soneto de aniversário
Passem-se as horas, dias, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos
Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.
Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.
E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece
De que maneira o platonismo se manifesta aqui?
Um abraço!
Paulo
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quarta-feira, 25 de março de 2009
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